domingo, 7 de julho de 2013

" O Atol de Bikini e a Bomba atômica de 1946 "

O Atol de Bikini, localizado no arquipélago das ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, foi alvo de testes nucleares entre as décadas de 40 e 50, pelos Estados Unidos. Tais ações fizeram com que esta região ficasse isolada do contato humano durante mais de quatro décadas. Ao fim do século passado, em 1996, o atol foi declarado seguro - relatórios declararam o atol livre de radiações perigosas, deixando seu estado de isolamento.

Uma diferença significante é que, ao contrário do que ocorreu em Hiroshima, o atol havia sido evacuado anteriormente, com o pretexto de que testes científicos para o bem da humanidade seriam feitos naquela região - embora os soldados americanos tenham ficado expostos e com muito pouco conhecimento acerca do que lhes aconteceria. Outra diferença é que a potência desta última era 1000 vezes maior que a de Hiroshima, fazendo com que a temperatura da água subisse a 55 mil graus e surgisse no local uma cratera de 2 Km de diâmetro e 75 metros de profundidade.

Hoje o que se vê é um paraíso de águas azuis que se recuperou – relativamente – das explosões. Ao fundo do mar é possível ver toda uma rica diversidade de espécies que vivem entre os escombros das embarcações que foram mantidas durante as explosões - estas para se avaliar os impactos que eventos desta magnitude poderiam causar em batalhas navais. 

Embora não se saiba bem ao certo o que pode ter ocorrido a essas formas de vida – principalmente porque certas áreas só podem ser visitadas por mergulhadores de alta capacidade, experiência, treinamento e, é claro, bastante dinheiro – o que parece a primeira vista é que essa recuperação se deu de forma relativamente rápida devido à ausência da presença humana e à ação das correntes, trazendo formas de vida e limpando os restos radioativos.

Apenas poucos dos nativos conseguiram retornar ao atol. Os que não conseguiram vivem em ilhas vizinhas sob condições precárias – e os que conseguiram retornar, vivem sob várias ressalvas, como a de não poderem se alimentar dos recursos naturais da ilha, devido ao risco de se contaminarem. Houve uma tentativa de volta na década de 70, mas esta foi cancelada devido ao alto índice de radiação ainda remanescente. 

Uma aula interdisciplinar, abordando os aspectos sócio-históricos e culturais antes e depois das explosões; aspectos biológicos envolvendo a degradação do ambiente e futura recuperação da biodiversidade e aspectos como mutações e contaminação em massa; aspectos químicos, envolvendo conceitos, estudo e impactos da radioatividade, biossegurança, são necessários, uma vez que, apesar destas explosões em Bikini e Hiroshima, o acidente do Césio ocorrido em Goiânia e o desastre de Chernobyl, o número de usinas nucleares em funcionamento aumentou nestas últimas décadas e ainda existem muitas iniciativas das superpotências na concepção de artefatos nucleares. Projeção de documentários e organização de debates seria uma forma ideal de conciliar as disciplinas de História, Geografia, Biologia e Química neste conteúdo.


Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola


bakercrop

"....Isto jamais será um espetáculo na natureza, e sim uma enorme catástrofe humana no Mundo...! "

Bikini é um atol formado por ilhotas e lagos de água salgada na região das Ilhas Marshall, com um visual paradisíaco e fauna e flora riquíssimas. Seria um perfeito ponto turístico, mas, infelizmente, é mais conhecido ser o local escolhida para testes, nas décadas de 40 e 50.

Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos queriam demonstrar ao mundo seu poderio bélico e militar, fazendo com que os países pensassem duas vezes antes de entrar em guerra contra os norte-americanos. Os EUA escolheram a ilha de Bikini para este fim e retiraram os bikinianos com o pretexto de que testes científicos para o bem da humanidade seriam feitos naquela região.
O grande problema é que estes "testes científicos" eram testes nucleares. Os Estados Unidos reuniram uma frota de navios avariados e outros tomados de inimigos durante a 2ª Guerra, nas águas de Bikini. Duas bombas atômicas foram detonadas no conjunto de navios: uma a 100 metros acima da superfície e outra submersa.
As explosões afundaram as embarcações. E destruíram, por mais de cinqüenta anos, a vida de um povo e a fauna e flora de um paraíso natural. Bikini ficou, de 1958 até 1996, "interditada". Lawrence Wahba foi o primeiro documentarista autorizado a mergulhar nas águas do atol para ver as conseqüências dos testes no mar daquela região.
Dez anos depois, Lawrence foi autorizado a levar sua equipe de volta a Bikini. Procurando por pontos visitados na primeira vez, Lawrence conduz o telespectador a 50 minutos de imagens impressionantes dos resultados das explosões atômicas em Bikini. Mergulhando nos destroços da frota afundada, Lawrence observa a importância das carcaças para a proliferação de corais, a retomada da vida marinha nas águas bikinianas e captura imagens deslumbrantes da região.
Lawrence também mergulha em dois navios bastante representativos que foram afundados. Um é o Nagato, o encouraçado japonês que foi a base da decisão de atacar Pearl Harbor, a famosa investida militar japonesa que culminou com a bomba de Hiroshima e Nagasaki. O outro é o Saratoga, um porta-aviões americano de 300 metros, imponente também no fundo do mar.
Além de todo o registro subaquático, a equipe de Lawrence mostra também a conseqüência dos testes na vida de Bikini. A maioria dos habitantes retirados da ilha e seus descendentes ainda não voltou à sua terra de origem. Os alimentos naturais ainda não podem ser consumidos e há uma grande discussão em torno do valor da indenização que os Estados Unidos precisam repassar aos moradores, tanto para a "limpeza" do local quanto para a volta da normalidade das vidas dos bikinianos.
De Volta a Bikini é um documentário que registra as conseqüências de um atentado contra a vida natural, mas que também mostra a grande lição da natureza ao homem: sempre é tempo para recomeçar a vida.







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