sábado, 8 de junho de 2013

Os conflitos religiosos



conflito da Irlanda do Norte tem suas raízes na dominação britânica da ilha da Irlanda. Tudo começa no ano de 1800, com o Act of Union (em inglês, ato de união ou unificação), posto em prática em 1 de janeiro de 1801, e que unificou os reinos da Grã-Bretanha e Irlanda, dando origem ao Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, entidade dominada na prática pelos ingleses, e que foi a grande potência econômica, militar e cultural durante toda a sua existência.
Apesar da preponderância do país no campo econômico, especialmente por ser o principal propulsor das duas fases daRevolução Industrial, o domínio britânico não trouxe melhoras substanciais à população irlandesa, uma das mais pobres da Europa na época. Crises alimentares durante a metade do século XIX eram comuns, o que provocava a emigração em massa dos locais, especialmente para os Estados Unidos e Austrália. Outro fator que tornava a convivência turbulenta era a diferença religiosa: a Irlanda é uma nação historicamente de forte influência católica, enquanto que os ingleses seguem a corrente anglicana, originada de um cisma entre o monarca inglês e Roma.
Ao fim do século XIX, crescia o movimento pelo “Home Rule”, ou seja, o direito da Irlanda dentro da união de ter seu próprio parlamento e ter jurisdição plena sob assuntos internos. Este é conquistado poucas semanas depois do início da Primeira guerra mundial, em 1914.
O descontentamento com a união, porém, não cessa, e logo a Irlanda luta pela independência, conquistada em 1922 por meio de um conflito armado iniciado em 1919.
Assim era criado o Estado Livre da Irlanda, por meio do Tratado anglo-irlandês de 1921. Este previa, porém, que cada um dos 32 condados do novo país podiam exercer o livre direito de permanecerem unidos à Grâ-Bretanha. Foi exatamente o que aconteceu com seis destes condados, equivalentes à região da Irlanda chamada de Ulster (nordeste da ilha), onde parte significativa da população era protestante e tinha muito mais afinidade com os britânicos do que o restante dos irlandeses. O resultado foi que o Ulster (com capital em Belfast) seguiu ligado à Grã-Bretanha, situação que se mantém até hoje.
A Irlanda do norte segue como uma das regiões mais pobres dentro da Grâ-Bretanha, situação agravada pela divisão da população, que utiliza a religião como divisor fundamental: do lado católico estão agrupados todos os que reivindicam a união do Ulster com a República da Irlanda, em especial o famoso movimento independentista Sinn Féin, e seu braço armado, o IRA (Exército Republicano Irlandês); do outro lado estão os unionistas ou orangistas, de orientação protestante e que lutam para preservar o status quo.
O conflito no Ulster é um exemplo clássico de que no mundo ocidental, de religião cristã há também conflitos fomentados pelo fundamentalismo religioso, utilizado ao mesmo tempo para sustentar bandeiras político-ideológicas. Ao longo dos anos, as mortes por repressão das autoridades britânicas, além do choque entre os dois grupos contrários causaram grande número de mortes, especialmente a partir da década de 70 do século XX, quando a Grâ-Bretanha começou a experimentar um declínio econômico social que alimentou as diferenças na região. Para tornar a situação pior, as autoridades britânicas foram acusadas por décadas de favorecer os irlandeses protestantes, dando importantes postos administrativos aos mesmos e favorecendo economicamente tal comunidade.
Entre os episódios mais infames de violência na região está o chamado “Bloody Sunday” (Domingo Sangrento) de 30 de janeiro de 1972, onde 13 civis foram mortos pela ação repressiva da polícia britânica. Os mortos faziam parte de uma passeata organizada pela Northern Ireland Civil Rights Associatio, que lutava por direitos iguais entre católicos e protestantes na região. Há muito se denunciava a forma discriminatória como as autoridades britânicas tratavam os católicos e era contra tal atitude abusiva que foi realizada a passeata. O trágico acontecimento foi imortalizado pela banda irlandesa U2 na canção “Bloody Sunday”.

Bibliografia:
Perguntas & Respostas – Irlanda do Norte. Disponível em <http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/irlanda_norte/index.shtml>. Acesso em: 03 jan. 2012.

Entenda o conflito da Irlanda do Norte e a atuação do IRA. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u43380.shtml>. Acesso em: 03 jan. 2012. 



Focos de conflitos no Mundo


No mundo existem regiões que vivem intensos conflitos oriundos de vários motivos, como luta por territórios, pela independência, por questões religiosas, recursos minerais, entre outros.

Em todos os continentes é possível identificar focos de tensão que colocam em risco a paz daqueles que vivem nos locais que estão envolvidos em uma das questões acima.

Europa 

No continente europeu, um dos principais motivos de conflitos é a questão do povo basco. O povo basco está distribuído no nordeste da Espanha e sudoeste da França. Essa etnia luta pela independência política e territorial há pelo menos 40 anos. Os bascos correspondem a um grupo social de origem não identificada e que provavelmente teria chegado à península Ibérica há 2000 anos. Em todo esse tempo, as nações que estão subordinadas preservaram seus principais elementos culturais, como a língua (euskara ou vasconço), costumes e tradições.

A partir desse fato, no ano de 1959, foi criado um movimento com ideias socialistas e separatistas denominado de ETA (Euskadi ta Askatsuna ou Pátria Basca e Liberdade). Com o surgimento desse grupo tiveram início os atentados, sobretudo, às autoridades.

A Irlanda do Norte (Ulster) integra o Reino Unido e por esse motivo as decisões são geradas em Londres. No caso da Irlanda do Norte, o que acontece é a luta entre católicos e protestantes. Os católicos lutam há pelo menos 30 anos em busca da unificação com a República da Irlanda e se opõem aos protestantes, que são a maioria e querem permanecer subordinados ao Reino Unido. O grupo responsável pelas ações é formado pela parte católica que criou o Ira (Exército Republicano Irlandês). Esse exército realiza diversos atos terroristas, pois existe uma grande intolerância por parte dos grupos religiosos.
Outro caso de focos de conflitos no continente europeu tem relação com a península balcânica. O desconforto ou descontentamento nesse caso diz respeito às questões étnicas, uma vez que estão inseridas na região diversas origens de povos, como os sérvios, croatas, eslovenos, montenegrinos, macedônios, bósnios e albaneses. As divergências contidas entre esses povos são desenvolvidas ao longo de muito tempo. O que provoca tensão nessa região é a temática nacionalista e étnica.

África 

No continente africano, o que motiva os conflitos é o modo pelo qual o continente foi dividido. Antes da chegada dos europeus, os africanos viviam em harmonia, pois os grupos rivais se respeitavam e isso não gerava instabilidade. No processo de colonização, os países europeus se reuniram em Berlim, em uma Conferência, para definir a divisão do espaço africano para que esse fosse administrado e explorado pelas nações envolvidas na reunião. Mas as fronteiras impostas pelos europeus não levaram em conta as disparidades étnicas existentes no continente. Esse ato equívoco provocou a separação de grupos aliados, “união” de grupos rivais e assim por diante. Ao serem agrupados de forma desordenada e sem analisar a estrutura social, cultural e religiosa, promoveu-se uma grande instabilidade em vários pontos da África.

Ásia 

Na Ásia, o principal ponto de conflito está localizado no Oriente Médio, mais precisamente no confronto entre árabes e israelenses. É comum observar nas páginas de jornal, revistas e meios de comunicação em massa os conflitos armados entre palestinos e israelenses. Geralmente são desenvolvidos por meio de ataques terroristas, atentados, homens-bomba, entre outros ─ eventos sempre marcados por um elevado nível de violência.
No Iraque, as divergências estão ligadas às questões religiosas, econômicas, territoriais e étnicas. O país é protagonista de confrontos com o Irã e o Kuwait, além da divergência eterna com os Estados Unidos.

Outra questão territorial e com ideais separatistas é a respeito do povo curdo, que corresponde a uma nação sem pátria. Sua população é de aproximadamente 25 milhões de pessoas que estão distribuídas em grande parte da Turquia, Iraque, Irã, Armênia e Síria ─ esses últimos em grupos menores. A partir dos anos 1980 teve início o movimento separatista curdo na Turquia ─ a luta entre os rebeldes curdos e as autoridades gerou um saldo de pelo menos 40.000 mortes.

Em território afegão, a instabilidade política está presente há décadas e é promovida pela religião: 20% da população é xiita e 80% sunita. Além disso, existem as divergências e rivalidades entre as tribos nativas, promovendo um elevado número de refugiados (aproximadamente 3,5 milhões de pessoas).

Existe ainda no continente asiático um grande confronto entre Índia e Paquistão, foco de tensão impulsionado pela intolerância entre mulçumanos e hindus, na região da caxemira, no norte da Índia e nordeste do Paquistão, área que integra o território indiano e que não é aprovado pelos paquistaneses.

A Chechênia é um pequeno território de religião mulçumana que se tornou independente da Rússia, no ano de 1991. O governo russo não aceitou essa iniciativa e tal fato derivou grandes confrontos.

Existe também a questão entre a China e o Tibet. Conflito que teve início quando a China se tornou socialista, no ano de 1949 e quando, no ano seguinte, esse país integrou ao seu território o Tibet, que possui uma restrita autonomia. Na busca por uma independência total, os monges budistas, sempre liderados pelo líder espiritual Dalai Lama, se rebelaram contra os chineses. No entanto, essa iniciativa foi reprimida pelo exército chinês.

A Indonésia é um país constituído por um enorme arquipélago integrado por cerca de 17.000 ilhas e abriga uma população estimada de 215 milhões de habitantes, desse total muito são de etnias e religiões distintas, o que gera uma intolerância entre os grupos rivais e automaticamente confrontos armados.

América do Sul

O ponto da América do Sul com maior instabilidade é a Colômbia, uma vez que nesse país existe um movimento de guerrilheiros denominados de FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), além do Exército de Libertação Nacional (ELN). Ambas têm forte ligação com a produção de cocaína e com o narcotráfico. Esses grupos atuam exercendo influência de um estado paralelo, cometem assassinatos, atentados, sequestros, etc.

Site de pesquisa:
Por Eduardo De Freitas

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